A
alegria do trabalho
Um
grande pesquisador da alma humana, interessado em estudar os sentimentos
alimentados no íntimo de cada ser, resolveu iniciar sua busca junto àqueles que
estavam em pleno exercício de suas profissões.
Parou
então, algum tempo, em frente a um
edifício em construção, observando cada um daqueles que, a seu modo, faziam com
que um amontoado de materiais fossem tomando forma de um arranha-céu.
Depois
de observar cuidadosamente, aproximou-se de um dos pedreiros que empurrava um
carrinho de mão, cheio de pedras e lhe perguntou:
-
Poderia me dizer o que está fazendo?
O
pedreiro, com acentuada irritação, devolveu-lhe outra pergunta:
- O
senhor não está vendo que estou carregando pedras?
O
pesquisador andou mais alguns metros e questionou a outro trabalhador que, como
o anterior, também empurrava um carrinho cheinho de pedras:
-
Posso saber o que você está fazendo?
O
interpelado respondeu com presteza:
-
Estou trabalhando, afinal, preciso prover meu próprio sustento e da minha
família.
Mais
alguns passos e o estudioso aproximou-se de outro trabalhador e lhe fez a mesma
pergunta.
O
funcionário soltou cuidadosamente o carrinho de pedras no chão, levantou os
olhos para contemplar o edifício que já contava com vários pisos e, com brilho no
olhar, que refletia seu entusiasmo, falou:
-
Ah, senhor! eu estou ajudando a construir este majestoso edifício!
Neste
relato simples, encontramos motivos de profundas reflexões acerca do trabalho.
Devemos
entender que o trabalho não é castigo: é bênção. Deve, por isso mesmo, ser
executado com prazer.
E o
meio de conseguirmos isso, consiste em reduzir o quanto possível, o cunho
egoístico de que o mesmo se reveste em nosso meio.
O
trabalho é lei da natureza, mediante a qual o homem forja o próprio progresso,
desenvolvendo as possibilidades do meio ambiente em que se situa, ampliando os
recursos de preservação da vida.
Desde
as imperiosas necessidades de comer e beber, defender-se das intempéries até os
processos de garantia e preservação da espécie, o homem se vê forçado à
obediência à Lei do trabalho.
O
trabalho, no entanto, não se restringe apenas ao esforço de ordem material,
física, mas também intelectual, pelo labor desenvolvido, objetivando as
manifestações da cultura, do conhecimento, da arte, da ciência.
Dessa
forma, meditemos no valor do trabalho, ainda que tenhamos que enfrentar tantas
vezes um superior mal humorado, um subalterno relapso, porque as Leis Divinas
nos situam exatamente onde necessitamos. No lugar certo, com as pessoas certas,
no momento exato.
Convém
que observemos a natureza e busquemos imitá-la, florescendo e produzindo frutos
onde Deus nos plantou.
E,
se alguém nos perguntar o que estamos fazendo, pensemos bem antes de responder,
pois da nossa resposta depende a avaliação que as leis maiores farão de nós.
Será
que estamos trabalhando com o objetivo de enriquecer somente os bolsos, ou
pensamos em enriquecer também o cérebro e o coração?
Que
neste “Dia do Trabalhador”, possamos refletir sobre isso.